Lênin Landgraf
Mestre em História, diretor do Instituto Histórico e Geográfico do Rio-Grande (IHGRG)
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João Marinônio Carneiro Lages
Presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande (IHGRG)

Em 1º de março de 1923 o Brasil perdia um de seus maiores literatos: Rui Barbosa de Oliveira. Nascido em Salvador em 5 de novembro de 1849, filho de João José Barbosa de Oliveira e de Maria Adélia Barbosa de Oliveira, Barbosa se destacou nas mais variadas áreas, sendo conhecido como polímata. Foi jurista, advogado, político, diplomata, escritor filólogo, jornalista, escritor, tradutor e orador. A rua onde nasceu hoje leva seu nome.

Desde cedo, foi destacado aluno e aprendiz. Ao que se diz, com cinco anos, fez seu professor Antônio Ibirapitanga exclamar a seguinte frase: "Este menino de cinco anos de idade é o maior talento que eu já vi. Em 15 dias aprendeu análise gramatical, a distinguir orações e a conjugar todos os verbos regulares". Em 1866 ingressou na Faculdade de Direito de Recife, transferindo-se para a Faculdade de Direito de São Paulo dois anos mais tarde.

Em 1872 estreou no jornalismo, colaborando com o jornal Diário da Bahia, tornando-se seu diretor no ano seguinte. Em 1877, foi eleito deputado à Assembleia da Bahia, um ano depois foi eleito deputado à Assembleia da Corte. Em 1881, promoveu a importante Reforma Geral do Ensino. Grande defensor da abolição e da República, foi responsável pela escrita do primeiro decreto do governo instaurado em 15 de novembro de 1889, tornando-se, ainda, o primeiro ministro da Fazenda da República brasileira. No ano de 1894 se lança a candidato para presidente da República, ficando em quarto lugar.

Em um de seus maiores atos, ao lado de personalidades como Machado de Assis e Joaquim Nabuco, foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1897. Foi o segundo presidente da entidade, entre 1908 e 1919.

Ainda em seus últimos anos, Rui Barbosa manteve-se produtivo. Em 1920, já com problemas de saúde, não compareceu à colação de grau dos formandos da Faculdade de Direito de São Paulo, onde fora convidado para ser paraninfo. No entanto, escreveu um discurso chamado "Oração aos moços" que foi lido pelo professor Reinaldo Porchat, discurso que mais tarde viraria livro.

Faleceu aos 73 anos em Petrópolis, tendo sido sepultado inicialmente no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. Em 1949, em decorrência das comemorações de seu centenário de nascimento, seus restos mortais foram levados para Salvador, onde encontram-se até hoje.

Destacado nas mais diversas áreas, deputado por três mandatos e senador por cinco mandatos, Rui Barbosa recebeu e recebe até hoje as mais diversas homenagens, no Brasil e no mundo. Uma das homenagens mais importantes é a Fundação Casa de Rui Barbosa, sendo considerado o primeiro museu-casa público do Brasil. Logo após sua morte o governo federal negociou com sua viúva a compra da propriedade onde viviam, além disso, toda sua produção intelectual, estimada em mais de sessenta mil documentos e volumes também permanecem preservadas. O endereço do museu é Rua São Clemente, 134, Botafogo, Rio de Janeiro.

Que a memória e obra de Rui Barbosa sejam sempre lembradas e celebradas.